Investigadores da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian estão a colocar em prática o projeto LeguCON que consiste na criação de um consórcio, pioneiro em Portugal, que tem como objetivo promover o aumento da produção de leguminosas no país.
“Os investigadores do projeto defendem que a produção nacional deve ser priorizada e que os agricultores precisam de estímulos para conseguirem arrancar com novas culturas e adotar novas metodologias que até agora não desenvolvem nas suas áreas de produção. Para além disto, acreditam que através da introdução de leguminosas é promovida uma agricultura sustentável”, refere a Fundação Gulbenkian, que apoia o projeto.
Menos água, menos combustíveis e menos químicos
Isto porque o cultivo das leguminosas envolve um gasto menor de água, de combustíveis fósseis e de produtos agroquímicos. As leguminosas têm ainda um impacto significativo na redução da pegada de carbono pela sua capacidade de fixar azoto, reduzindo o uso de fertilizantes de azoto sintéticos.
O projeto tem ainda uma relevante envolvência social, dado que no centro de reabilitação do CASCI (Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo), que inclui 42 pessoas com deficiência e incapacidade e onde se produzem diversos produtos da área da agropecuária, carpintaria, doçaria, olaria e serviços para comercialização, a LeguCon impulsionou a unidade produtiva através da introdução de um novo produto – o grão de bico.
Esta colaboração entre a Escola Superior de Biotecnologia e o CASCI tem como objetivo acrescido a divulgação da empregabilidade de pessoas com deficiência na comunidade, contribuindo para “a eliminação progressiva dos estereótipos associados a esta população”.
Três metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Este projeto contribui para três metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Meta 2.4 (até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às alterações climáticas), Meta 8.2 (atingir níveis mais elevados de produtividade das economias através da diversificação, modernização tecnológica e inovação) e Meta 12.4 (alcançar a gestão ambientalmente saudável dos produtos químicos e reduzir significativamente a sua libertação para o ar, água e solo, para minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente).