Beber café é um hábito quase sagrado de muitos portugueses e a proliferação das máquinas com cápsulas de café ainda suscita dúvidas sobre o que fazer às cápsulas após usadas.
Preocupadas em reciclar, algumas pessoas abrem as cápsulas, tiram o café (para usar como fertilizante) e colocam o plástico e o alumínio no ecoponto amarelo. Isto como uma forma de dar novas funções aos novos resíduos que se geram.
Há, todavia, dois projetos que merecem destaque, já que, além de garantirem o aproveitamento dos resíduos das cápsulas de café, contribuem para apoiar instituições de solidariedade social.
Pingo Doce recebe cápsulas de todas as marcas
A rede de ecopontos do Pingo Doce, que abrange 345 estabelecimentos e compreende 90% do parque de lojas desta rede de supermercados/hipermercados, tem um sistema de recolha de cápsulas de café, de qualquer marca, encarregando-se da sua valorização.
Por esta via, em 2019, o Pingo Doce afirma ter recolhido mais de 152 toneladas de cápsulas de café usadas.
As borras de café são transformadas em adubo. O plástico e o alumínio são encaminhados para reciclagem.
Outro dado: as receitas obtidas revertem integralmente para instituições de solidariedade social, segundo o Pingo Doce.
Em 2018, a valorização das cápsulas de café e tampas/rolhas/caricas por parte do Pingo Doce resultou em mais de 3.500 euros para instituições de solidariedade social.

Parceria Nespresso/Banco Alimentar
A Nespresso mantém há uma década um projeto de recolha das suas cápsulas de café, através de uma parceria com o Banco Alimentar contra a Fome.
A reciclagem das cápsulas é realizada em Loures, seguindo o alumínio para Viana do Castelo e a borra de café para a Herdade Monte das Figueiras.
A taxa de reciclagem das cápsulas Nespresso em Portugal situa-se atualmente nos 23%. A meta fixada para 2020 é de 25%.
O projeto chama-se “Reciclar é Alimentar”. Através da recolha das cápsulas é aproveitada a borra do café que é transformada em fertilizante para terrenos de cultivo de arroz, na Herdade Monte das Figueiras, em Santa Margarida do Sado.
O arroz produzido nesta herdade é comprado a 100% pela Nespresso e depois entregue ao Banco Alimentar.
Segundo a Nespresso, nestes 10 anos do projeto, foram entregues 600 toneladas de arroz a famílias portuguesas, 100 toneladas de arroz das quais entregues em 2019.
No caso do alumínio, o material obtido é transformado em novos objetos, como canetas, máquinas fotográficas, canivetes ou até bicicletas.
quais os pontos de recolha das cápsulas de café utilizadas?